O ruído é um dos principais agentes físicos presentes nos ambientes de trabalho, em diversos tipos de instalações ou atividades profissionais. Está presente também no cotidiano de quem mora em uma cidade grandes, buzinas, obras, caminhões de lixo, transporte de caçamba e vendedores de produtos que apregoam seus itens através de megafones instalados nos seus veículos, para sofrimento de seus involuntários ouvintes.

Não é por acaso que ruídos são definidos como são sons que nos causam incomodo e desconforto, e isso ocorre, porque as frequências que compõe esse “som” não guardam relação harmônica entre si.

É verdade que ruídos por vezes transmitem informações úteis como o soar de uma campainha, o toque de um telefone ou até o latido de alerta de um cachorro, mas a repetição desses sons quando se está tentando relaxar ou concentrar-se em uma tarefa, é insuportável.

Assim depois de uma noite mal dormida por conta do caminhão de lixo (90dB) seguido pelo recolhimento e deposito de caçambas (95dB) e pontuado pelo vizinho de cima que acredito tenha por habito andar a cavalo no quarto enquanto o sono dele não vem (e o meu vai embora), começo um dia normal de trabalho ouvindo o cachorro do prédio vizinho latindo incessantemente (80dB), mas isso só até começar a obra no prédio ao lado onde o martelete pneumático garante 100 dB nos meus ouvidos, que se somam ao 112 dB das buzinas das motos que são acionadas, acredito que automaticamente ao se ligar os motores, porque são incessantes.

Para garantir um pouco (não o suficiente) de sanidade mental logo coloco meus fones de ouvido para ouvir música à razoáveis 85-90 dB.

Tudo isso longe dos níveis recomendados pela NBR 10151 — Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em áreas habitadas que estabelece para “áreas mistas predominantemente residências” níveis máximos de 55 dB para o período diurno e 50 dB para o noturno.

E a consequência de tudo isso, é que o ruído excessivo leva a uma maior produção de cortisol, conhecido como “o hormônio do estresse”. E o estresse, por sua vez, repercute em todo organismo, acarretando o aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, podendo causar danos cardiovasculares, além evidentemente de causar a PAIR – perda auditiva induzida pelo ruído.

A conclusão é que seremos todos surdos no futuro, aliás todos não, apenas os que sobreviverem.

Decio Wertzner – maio/2022

 

 

 

 

 

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